Dá-se o nome de “Carta a Santo Antônio” a um dos escritos mais breves de São Francisco, que consiste em uma resposta epistolar a uma consulta que Frei Antônio lhe havia feito sobre a possibilidade de ensinar teologia aos frades.
Esta nota pode ser deduzida, também, como uma “obediência” escrita, dado que nessa Francisco concede a sua permissão para que Antônio possa ensinar a teologia e simultaneamente exprime os critérios que devem guiar o estudo e o ensinamento entre os frades menores.
2. Autenticidade
É discutido muito sobre a autenticidade da carta. São muitos estudiosos que a negam abertamente ou que a colocam em dúvida; outros, invés, se mostram convencidos ou a aceitam decididamente.
São dois motivos de origem destas divergências entre os estudiosos. De uma parte porque o texto da letra não se encontra nos mais antigos textos que contêm os escritos de Francisco e de outra parte, porque o texto publicado de Luca Wadding não coincide na sua forma literária com aquele que têm outros textos.
Kajetan Esser admite a autenticidade deste escrito segundo a redação que aparece nos códigos porque, diversamente do texto tratado por Wadding, nessa forma literária é muito mais primitiva e mais de acordo com o estilo próprio de Francisco. A sua posição foi avaliada por outros estudiosos depois dele, segundo os quais a tradução manuscrito e os dados das Crônicas se apresentam cada vez mais seguras e sérias.
Além disso, se deduz como historicamente verdadeira a afirmação de Tomás de Celano quando diz: “Escrevendo uma vez ao beato Antônio, fez iniciar uma carta assim: “A Frei Antônio, meu Bispo””. Infelizmente o biógrafo não nos há transmitido o texto da carta, mas a sua afirmação nos permite deduzir que a conheceu. São Boaventura não nos fala sobre o destinatário, mas sim, sobre seu conteúdo, também, sem citar o texto.
Está, também, a favor da autenticidade deste escrito não somente isto que é dito sobre a forma literária, que coincide com aquelas de outros escritos do Santo, mas também sobre o conteúdo, o qual reproduz literalmente o critério expresso na Regra Bulada (5,2), em relação com o trabalho.
Está, também, a favor da autenticidade deste escrito não somente isto que é dito sobre a forma literária, que coincide com aquelas de outros escritos do Santo, mas também sobre o conteúdo, o qual reproduz literalmente o critério expresso na Regra Bulada (5,2), em relação com o trabalho.
3. Data e circunstância da composição
A data de composição desta carta não oferece muita dificuldade, dado que a referência a RegB. oferece um ponto de referimento bastante preciso. Se a Regra foi aprovada em 29 de novembro de 1223, com a Bula “Solet annuere”, se deduz muito provavelmente que a nota tenha sido feita próximo ao fim daquele ano ou ao início de 1224, quando Antônio ainda se encontrava a Bologna, antes de seu período de pregador itinerante no sul da França entre 1224 e 1225.
É opinião comum que depois de 1221 a Ordem tinha organizado junto à cidade universitária de Bologna alguns cursos de formação teológica para seus frades, que se transformaram posteriormente no Studio Teológico dos Menores. Dado a reconhecida erudição de Antônio, não é improvável que o mesmo Vigário da Ordem, Frei Elias, tenha lhe solicitado o serviço de ensinar e por tal motivo o novo mestre pediu o parecer e também a autorização ao mesmo Francisco.
4. Destinatário
A figura de Santo Antônio é bastante conhecida pela qual nos poupamos de fazer uma longa apresentação. Contentamos-nos por isso com uma síntese cronológica de sua vida:
Nasce em Lisboa entre 1190 e 1195. Quando tinha quinze anos entrou para os Cônegos Regulares de Santo Agostinho, primeiro em sua cidade, depois se transferiu para S. Cruz, em Coimbra. Ao início de 1220, com a ocasião da chegada a Coimbra dos corpos dos protomártires franciscanos em Marrocos, sente a chamada para a vida missionária ativa e se fez Frade Menor. Pouco depois se transferiu para Marrocos para pregar o Evangelho, mas por motivo de doença teve que retornar a pátria; uma tempestade, porém, desviou o navio através da costa de Sicilia. Depois de ter participado do Capítulo Geral de 1221, foi destinado a um convento em Monte Paulo. No outono de 1222, foi enviado a pregar na Romagna. Entre o fim de 1223 e o início de 1224, ensinou teologia aos seus confrades. Em 1224 pregou no sul da França. Em 1227 retornou a Itália onde foi Ministro Provincial ao norte. Pouco depois deixou o cargo
para dedicar-se de novo a pregação. Morreu em 13 de junho de 1231 em Pádua, onde foi sepultado o seu corpo. Foi canonizado menos de um ano depois a sua morte, em 30 de maio de 1232.
O nome “bispo” que lhe dá Francisco na carta era não só uma manifestação de simpatia que tinha em seu relacionamento, mas também de respeito, dado que outros prelados eclesiásticos, com tal nome, eram designados, na Idade Média, também, os pregadores autorizados. Se deve recordar que o precedente Concílio Lateranense IV tinha decretado que a pregação correspondia por ofício aos Bispos.
5. Estilo e estrutura
É realmente pouco o que se possa dizer a respeito sobre um documento assim breve. Na realidade a carta consta de duas frases: uma saudação simples (v. 1) e a manifestação daquilo que pensa o remetente (v. 2). Não tem exortação final, como acontece nas outras cartas de Francisco. Este fato dá a nota certo caráter oficial e pelo mesmo motivo, um tom que poderia parecer frio e burocrático, salvo unicamente pela denominação que dá Francisco ao seu destinatário: “meu Bispo”.
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Pascom Porto Feliz