'Precisamos sair de nossas sacristias
para encontrar as pessoas',
afirma ministro-geral dos franciscanos
para encontrar as pessoas',
afirma ministro-geral dos franciscanos
Os Irmãos Menores, conhecidos como franciscanos, estão em celebração. Neste ano, completam-se os oito séculos desde que São Francisco de Assis fundou a Ordem. Seu ministro-geral, o galego José Rodríguez Carballo, enfrenta com esperança esse aniversário, assim como o Capítulo Geral de maio e pede que se retorne ao Evangelho, "para que nossa vida recupere a beleza e a poesia das origens".
A reportagem é de Darío Menor, publicada no jornal Revista Vida Nueva, 24-04-2009. A tradução é de Moisés Sbardelotto.
Eis a entrevista.
Quais são os desafios dos franciscanos hoje?
Os franciscanos, como os demais consagrados, têm como desafio fundamental ser mais contemplativos para ser mais proféticos e comprometidos com a humanidade. Para isso, temos que trabalhar para arraigar a nossa vida no encontro admirativo e entusiasta com Jesus Cristo, que nos chama a segui-lo com a radicalidade com que Francisco o seguiu. Não podemos domesticar a radicalidade que o Evangelho nos propõe para adaptá-la a um estilo de vida cômodo. Temos que voltar ao Evangelho para que a nossa vida recupere a beleza e a poesia das origens onde quer que as tenha perdido ou onde não brilhem como deveriam brilhar.
Quais são os novos caminhos de evangelização na Europa?
Falando concretamente dos franciscanos, penso que, além da fidelidade às exigências fundamentais de nossa vocação franciscana, devemos fazer com que nossa vida seja realmente significativa. Temos que permanecer próximos às pessoas, particularmente das pessoas mais simples (...). Acredito que precisamos sair de nossas sacristias para ir ao encontro das pessoas, ou, como diria São Francisco, ir "inter gentes". A evangelização na Europa passa também pelo trabalho pela justiça, pela paz e pela integridade da criação, assim como pelo diálogo inter-religioso.
Qual é o seu diagnóstico da situação atual do cristianismo na Europa?
A situação não é tão ruim que nos leve a pensar que é preciso começar do zero, nem é tão boa que possamos cruzar os braços. É preciso ter em conta que o cristianismo na Europa tem raízes profundas, o que dá muita estabilidade. Por outro lado, o secularismo e o laicismo estão fazendo com que elementos essenciais da mensagem cristã, às vezes, parecem vir abaixo.
Como a diminuição das vocações está afetando os franciscanos?
Antes de tudo, temos que reconhecer, com gratidão ao Senhor, que a diminuição não é generalizada (...). Mas, sem deixar de levar em consideração esse dado, eu sempre digo que não é o número que salvará o franciscanismo, mas sim a qualidade evangélica de vida que os franciscanos tenham. Mesmo em zonas onde as vocações diminuem, não diminui o compromisso com uma renovação profunda da nossa vida e missão, de acordo com as exigências do nosso carisma e dos sinais dos tempos e lugares.
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Pascom Porto Feliz