Capivari 2
Nesta semana o nome de Capivari apareceu em rede nacional, no programa da TV Bandeirantes CQC e gerou muitos comentários entre munícipes, inclusive atraindo para a cidade a mídia regional. A denúncia, feita pelos munícipes capivarianos Mário Franco Júnior (ex funcionário da CNEC) e Maria Amélia Ferraciu Pagotto (ex-professora da CNEC) ao programa foi de que o prédio, construído com recursos federais, nunca funcionou. A instituição ja rebateu as acusações e passou a bola para o prefeito que não cumpriu com a promessa, pois nem tinha água e esgoto lá para poder funcionar. Em reposta à imprensa, Campaci(o prefeito) foi enfático ao dizer que esta denúncia feita ao programa CQC teve características de armação política.
Em nosso e-mail recebemos um contato de Maria Amélia, que gentilmente nos pediu uma espaço para poder complementar a notícia, colocando outro lado da história e com maiores detalhes, e contradizendo ao que o prefeito de Capivari Luís Campaci tem feito em declarações.
Nas próximas linhas, reproduziremos na integra o texto enviado, sendo sob responsabilidades da autora:
Parceria MEC-CNEC/ Capivari alguns esclarecimentos:
Antes de mais nada, quero agradecer pela oportunidade quem me foi concedida de escrever estas linhas. Meu pedido foi aceito pelos editores deste blog tendo em vistas a menção do meu nome quando aqui foi noticiada a veiculação da parceria MEC-CNEC em Capivari pela rede Bandeirantes durante o programa CQC.
A Cnec é uma escola privada que atua em âmbito nacional e possui uma unidade em operação em Capivari, desde meados da década de 70.
Em 2002, depois de apresentar projeto ao MEC, recebeu uma dotação no valor de mais de R$ 2. 900.000,00 do governo federal, do programa PROEP - para construção de prédio e compra de equipamentos necessários à inauguração de uma escola profissionalizante capaz de responder à várias necessidades de formação de trabalhadores locais e regionais.
À época, o diretor da Cnec - Capivari- Luis Campaci, teve a adesão de vários profissionais para a elaboração do projeto, sem que qualquer deles tivesse recebido qualquer remuneração para tanto. Trabalharam incansavelmente acreditando que Capivari merecia uma escola voltada também à população economicamente pouco privilegiada, já que o governo federal exigia como contrapartida das escolas particulares que recebessem tal dotação, apenas e tão somente, a garantia de que 50 % das vagas seriam gratuitas.
Desde 2006, alguns cidadãos perguntam sobre as razões do não funcionamento da Escola Técnica. Mas, foi só a partir da publicação dos relatórios do Mec, fato que veio ao nosso conhecimento há menos de dois meses, que se pôde levar o assunto para âmbito mais abrangente. Dentre vários órgãos de imprensa procurados, o CQC da Bandeirantes teve sucesso ao obter, junto ao MEC, o compromisso de apurar responsabilidades pelo fato de a escola declarar-se finalizada e estando em atividade junto ao próprio Mec, enquanto, conforme pudemos documentar, encontra-se abandonada em estado de depreciação, fato que deixou o Ministério da Educação em estado de alerta.
O atual prefeito de Capivari apenas foi citado na reportagem do programa CQC por um funcionário do MEC como a pessoa que ‘faria um imenso favor ao explicar o problema já que foi quem cuidou do projeto durante a maior parte do tempo”. Seguindo essa trilha, a equipe do programa procurou por ele que, segundo pudemos assistir, ‘lavou as mãos’ e se disse absolutamente desligado da questão.
Na mesma semana, no jornal de sua propriedade, o atual prefeito, seguindo a mesma linha de argumentação que usou no programa de rede nacional, se diz vítima de ‘armação política’ e desqualifica pessoalmente o Sr. Mario Cezar Franco, a quem teria tratado com favores e atenção. Ora, trata-se, no caso em questão, de uma questão ligada à cidadania e não a vínculos pessoais que poderiam silenciar os envolvidos quando se tratasse de assuntos ligado aos interesses públicos. O atual prefeito de Capivari, também alega ser culpado pela não-inauguração da Escola Técnica, o ex-prefeito da cidade que não ‘comprou’ as vagas que a escola deveria ter oferecido à comunidade (conforme era de interesse do então diretor da Cnec/Capivari, Luis Campaci) e por não ter garantido a infra-estrutura de água e esgoto necessária. Como se vê, uma rede de ‘não-responsabilidades’ parece ser tecida incansavelmente, à revelia dos contribuintes e dos interesses da grande maioria da população que precisa estudar. Deselegante a atitude do atual prefeito que se mostrou absolutamente descomprometido com os rumos de seus projetos, sobretudo quando envolvem dinheiro público. Também infeliz foi sua postura ao se apresentar como vítima da gestão municipal anterior e que não levou a público no momento adequado. A pergunta que persiste, se a resposta que oferece é válida, é: por que ele, como diretor de importante escola privada, não mobilizou a imprensa local (como o fazia tão bem quando lhe interessava) a câmara municipal e demais entidades de classe, para que o caso da escola técnica fosse simpático ao ex- prefeito?
Finalmente, persiste a pergunta: banalizar uma atitude cidadã de compromisso com o destino do dinheiro público, sobretudo quando se trata de projetos que envolvem a educação, conferindo a essa atitude uma característica eleitoreira e de armação política, não fazem os limites do debate sobre os rumos da nossa cidade ficarem restritos aos interesses privados, particularistas e de grupos ou elites que se revezam no poder? Quando sairemos dessa condição mínima e alcançaremos maturidade intelectual para debatermos como gerir o dinheiro ou o destino de nossos municípios?
Agradeço, novamente a atenção de todos os leitores.
Maria Amélia Pagotto
legal, isto prova a maturidade de vocês muito bom mesmo Alexandre/Boituva
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