Jornal Cruzeiro do Sul
Maffei começa caminhada contra penitenciária
É à fé em Deus que o prefeito de Porto Feliz, Claudio Maffei (PT), garante que se apegará para concluir sua caminhada de 110 km até o Palácio dos Bandeirantes, na capital - já que nem ele e nem os cinco companheiros de caminhada se prepararam fisicamente para o ato. Serão cerca de 28 km por dia já que a partida está marcada para hoje e a chegada ao destino está prevista para quarta-feira. O objetivo do ato é sensibilizar o governador José Serra (PSDB) para que anule a instalação de uma penitenciária em Porto Feliz. Para isso, a equipe fará várias paradas durante o dia e pernoitará em barracas à beira da estrada durante três noites. A expectativa é que Maffei seja atendido pelo governador e lhe entregue um abaixo-assinado, com 15 mil assinaturas, contra o presídio.
Aloysio Nunes Ferreira Filho, secretário-chefe da Casa Civil do Governo do Estado de São Paulo, por sua vez, declara que: completamente alheio à realidade, o prefeito de Porto Feliz, Claudio Maffei, do PT, promove, nos últimos meses, campanha contra a instalação de um Centro de Progressão Penitenciária em seu município. Com o apoio da bancada petista na Assembléia Legislativa, transformou o assunto em disputa político-partidária. Já que não está interessado em discutir o assunto de forma séria, confunde a opinião pública com falsos argumentos e agora, em atitude demagógica, lança-se numa caminhada à capital com o objetivo claro de chamar a atenção de mídia sua iniciativa conta com robusta estrutura de comunicação e marketing para constranger o governo.
A justificativa de Maffei para a manifestação radical são as várias tentativas frustradas de impedir a construção do presídio, que visa abrigar 750 homens num prédio a ser construído no jardim Vante Angelieri. A conclusão de que a extensa caminhada seria, talvez, o último recurso aconteceu depois que Maffei encabeçou três frentes contrárias ao presídio, todas frustradas: uma política, uma jurídica e uma popular. Fui pego de surpresa em março e já começamos (equipe) a nos articular. Tentamos junto a políticos da região, junto à autoridades do Estado, de forma judicial e com manifestações populares. A decisão (pela caminhada) aconteceu há uma semana quando o secretário (de Administração Penitenciária - SAP), Lourival (Gomes) disse que a situação é irreversível, resumiu o prefeito.
Na seqüência, lembrou, uma equipe de seis pessoas foi formada para caminhar até a capital e levar as 15 mil assinaturas de moradores locais que também são contra a instalação do presídio. A justificativa para a resistência está na ponta da língua: a construção está prevista numa área verde, de preservação ambiental, o que é proibido. A cidade é histórica, berço das Monções, com vários investimentos turísticos de grande porte em andamento, além do processo para se tornar Estância Turística; e da ausência de infra-estrutura física para receber um prédio com 750 homens e mais suas famílias no final de semana, detalhou o prefeito. Pode ter saído decreto e tudo mais, mas tenho certeza que o presídio não será construído lá. Não adianta construírem uma estação de tratamento de esgoto para o presídio e o resto? Porto Feliz é uma cidade interiorana, pequena. Temos plano diretor, estatuto, defendeu.
A autoridade se disse ainda solidária ao governador quanto à situação dramática enfrentada pelo Estado quanto à população carcerária e garantiu estar aberto para discussões para outras soluções. Acredito que o Serra está com um problema que precisa ser resolvido. Acredito que há pressão de todo lado, Ministério Público, famílias. Não sou contra, não tenho nada contra a população carcerária. Acho que tem que ser tratada dignamente. Estou aberto a qualquer um que queira discutir medidas para solucionar o problema, só não acho que a solução encontrada deva ser imposta dessa forma, frisou. E acrescentou: se quiserem discutir comigo medidas preventivas, educativas, eu estou aqui. Acho sim que os governos devam se unir e nossa cidade está aberta para recebê-los (presos) para medidas educativas, como por exemplo, cedendo áreas trabalhos na agricultura. Acho até que é uma saída. Mas o presídio não, pontuou.
Vou levar comigo o abaixo-assinado e um cartão de aniversário que o Serra me enviou ano passado. Vou pedir um presente para esse ano, declarou.
Segundo o prefeito, que deve trabalhar durante as pausas na estrada, o custo da manifestação não é alto. Será mais sola de sapato mesmo e comida. Vamos dormir em barracas na estrada e apenas um carro de apoio nos acompanhará, para o caso de emergência. Mas temos fé, concluiu.
Outro lado
Aloysio Nunes Ferreira Filho, secretário-chefe da Casa Civil do Governo do Estado de São Paulo, diz que a polícia paulista é a que mais prende no país, com resultados expressivos na queda dos índices de criminalidade no Estado. É para dar conta deste aumento que o Governo do Estado de São Paulo está conduzindo um amplo programa de ampliação das vagas no sistema prisional. O que será construído na cidade é um Centro de Progressão Penitenciária (CPPs), tipo de unidade considerado modelo no Estado de São Paulo. O plano de expansão prevê a construção de seis novos CPPs em todo o Estado. Atualmente, existem sete, nenhum deles na Região Administrativa de Sorocaba. Os CPPs são destinados a presos do regime semiaberto, ou seja, aqueles que já cumpriram grande parte de suas penas e foram beneficiados com esse regime após apreciação da Justiça, com consentimento do Ministério Público. Este é um direito concedido aos detentos que tiveram bom comportamento durante o regime anterior (fechado).
Disse ainda que O plano de expansão do sistema penitenciário prevê a implantação de 49 novas unidades em São Paulo, que vão criar mais de 39 mil vagas, com investimento de R$ 1,5 bilhão. Serão gerados ainda 13.190 novos empregos públicos, entre carcereiros, agentes de segurança penitenciária e médicos. Durante as obras, serão gerados 16,5 mil empregos.
Com a construção de novas unidades, será possível manter os presos mais perto de seus familiares e de suas regiões, evitando a movimentação de detentos pelo Estado. Também será possível desativar Cadeias Públicas do Estado. A definição da localização das novas unidades levou em conta as necessidades de cada região do Estado.
Outras orgãos de imprensa:
Oglobo Rio de Janeiro
Prefeito de Porto Feliz começa caminhada de 130km contra presídio no interior paulista
Diário de Pernambuco
Prefeito marcha ao Palácio dos Bandeirantes, em São Paulo, em manifesto contra presídio
o que se pretende construir em Porto Feliz é um tipo de unidade prisional modelo, um centro de progressão penitenciária (CPP)
Os centros têm dez salas de aulas, seis galpões de trabalho, oficinas de manutenção de veículos, capelas, quadras poliesportivas, praças e hortas, e devem abrigar presos do regime semiaberto ou sentenciados que já cumpriram uma parte da pena e conseguiram o benefício judicial.
itu.com.br
Prefeito de Porto Feliz vai a pé até São Paulo
G1 Rio de janeiro
Prefeito do interior de SP faz caminhada contra instalação de presídio
Prefeito de Porto Feliz quer audiência com o governador.
Governo do estado diz que não vai colocar a vida da população em risco.
bol notícias
Prefeito faz marcha de 132 quilômetros em protesto contra presídio no interior paulista
TVclaret, cidade de Rio Claro
Prefeito de Porto Feliz vai a pé para São Paulo:
Como podemos perceber, a notícia da caminhada do Prefeito Maffei, aqui de Porto Feliz, está repercutindo dentro do Estado de São Paulo, e já foi para outros estados. Emissoras de TV, estão dando um bom destaque a este ato. O governo do Estado está usando sua articulação e sua estrutura para desacreditar deste ato todo de Maffe, reduzindo a um debate politico-partidário.
Ainda muita coisa vai acontecer.
Paz e Bem
Axo que agora maffei, comprou briga e inimizade no estado, não devia ter feito esta caminhada
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