Bispos e dezenas de padres presos na China: fruto de acordo falaz proposto pela ditadura
Este novo abuso repressivo representou mais um “golpe para a estratégia de unificação da Igreja chinesa lançada pela Santa Sé”, escreveu o Pe. Bernardo Cevellera, diretor da agência AsiaNews e um dos maiores conhecedores do catolicismo chinês.
Os fiéis chineses acham que essa estratégia só serve à ditadura comunista.
D. Jia tem 74 anos e sofre várias doenças contraídas nos longos anos passados nos cárceres comunistas, além das ligadas à idade. A policia socialista tenta doutriná-lo nas posições anti-católicas do Partido Comunista.
Também lhe exige aderir à Associação Patriótica, coisa que leva a romper com a Santa Sé, qualquer que seja a modalidade escolhida.
O bispo “patriótico” (submisso ao PC chinês) Mons. Jang Taoran, de Shijiazhuang, tinha-se reconciliado com a Santa Sé e aceitara colaborar com D. Jia, ficando seu bispo auxiliar.
Porém, a cismática “Igreja patriótica” não quer saber de acordos sinceros, mas apenas de manobras para pôr os católicos verdadeiros sob a bota da ditadura socialista. E denunciou os dois.
A polícia chinesa disse a D. Jia que “a unidade dos bispos é ruim porque desejada por uma potência estrangeira como o Vaticano. Se unidade haverá, será através do governo e da Associação Patriótica”.
D. Jia recusou-se a assinar a adesão a esse grupo dissidente e a polícia prometeu puni-lo. Agora efetivou as ameaças.
Na mesma região de Hebei, o sacerdote “clandestino” (fiel a Roma) Paolo Ma, 55, de Dung Lü, foi preso por celebrar a Missa para um grupo de fiéis.
Os controles e prisões arbitrárias estão aumentando nessa região onde se concentra grande parte dos católicos chineses, noticiou AsiaNews.
O esquema repressivo do governo conluiado com os sacerdotes e bispos “patrióticos” acelerou as violências, pois se aproxima o aniversário do assassinato de Mons. Giuseppe Fan Xueyan, bispo de Baoding.
Ele é considerado mártir pelos genuínos católicos. Todo ano os fiéis visitam seu túmulo onde fazem orações em comum.
D. Fan foi seqüestrado pela polícia e levado a um campo de concentração em 1992. Na noite de 13 de abril do mesmo ano seu corpo com evidentes sinais de tortura foi abandonado num saco de lixo na porta da casa de parentes.
AsiaNews lembra que há mais dois bispos “subterrâneos” desaparecidos há anos: D. Giacomo Su Zhimin (da diocese de Baoding, Hebei), seqüestrado pela polícia em 1996, e D. Cosma Shi Enxiang (diocese de Yixian, Hebei), 86, “desaparecido” em 13 de abril de 2001.
Também há dezenas de sacerdotes “subterrâneos” em prisões e campos de trabalho forçado. Tal vez alguns deles já ingressaram na gloriosa coorte de mártires que desde o Céu intercedem junto a Nossa Senhora pela conversão do conjunto da China.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Deixe o seu comentário!
Seja bem vindo!
Pascom Porto Feliz