sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Espiritualidade Carmelita - parte 7

A OBSERVÂNCIA MAIS ESTRITA







O conflito de jurisdição enfraquece quando a Reforma fica com a sua província separada (1850) e a coisa resolve-se em paz no Capítulo Geral de Cremoa em 1593: os dois continuam até hoje, cada qual com os seus superiores distintos.






A separação não impediu todavia uma salutar renovação da espiritualidade. Certas coisas respiram-se no ar e com o ar. Na sua primeira aparição, têm o caracter de novidade e suscitam portanto o entusiasmo ou a resistência; mas pouco depois aparecem como uma geração expontânea de certos sinais e de certas situações doravante propagadas.






As grandes almas, sensíveis ao menor sopro do Espírito estão na situação de compreender imediatamente as novas orientações, e se elas sofrem, contribuem para purificar e apresentá-las dum certo modo já conformadas com a grande massa, que retorna assim mais capaz de as receber. É esse o motivo pelo qual os fermentos positivos da obra de Sta. Teresa e de S. João da Cruz, no campo da espiritualidade Carmelita, encontraram uma correspondência no movimento chamado da mais estrita observância que floriu na Ordem no séc. XVII e XVIII, tentando manter a fama no aprofundamento espiritual, e de evitar os efeitos negativos da separação.






Em Rennes, na província de Tours, Pedro Behourt, e no seu estudo de Paris, Luís Charpentier e Filipe Tibaut, começam o que se chamará mais tarde a Reforma Turonense. O organizador é o próprio Tibaut, que, pelos menos, por duas vezes, viveu muito tempo com os Descalços; ele introduziu-a também na província de Flandres - Bélgica - e na da Aquitânia. Depois as constituições reformadas são pedidas também pelas províncias de França e de Toulouse. O mestre espiritual da reforma é irmão converso, cego, João de Sansansão.






A mais estrita observância estende-se também para fora de França: assim na Itália temos a reforma de Monte Santo na Sicília (1619), a de Sta. Maria della Vita em Nápoles (1631) e a de Turim (16633): no século seguinte haverá na Sicília a de Sta. Maria della Scala del Paradiso (1724). Em Itália, não podemos esquecer a obra de Sta. Maria Madalena de Pazzi no mosteiro de Florença. Depois da morte da Santa (1607), as constituições do mosteiro, reformadas sob seu conselho, são aceites por outros mosteiros.






Esta mais estrita observância pretende renovar o espírito contemplativo na Ordem pela prática da meditação quotidiana, o retiro e a solidão na cela vividas mais intensamente, o silêncio e a mortificação; antigos privilégios são abolidos e é restaurada a perfeição da vida comum.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Deixe o seu comentário!

Seja bem vindo!
Pascom Porto Feliz