Intenção Geral
A NOBRE ARTE DA POLÍTICA
Para que os políticos actuem sempre com honestidade, integridade e amor à verdade.
A política é, de facto, uma arte nobre, se exercida dentro dos devidos parâmetros, porque se assim não for será a pior e mais maléfica das artes. Com efeito, concorrer para o bem comum, como deve acontecer com os políticos, é uma missão importante, porque diz respeito não só à própria nação, mas a outras, sobretudo numa globalização como aquela que nós vivemos.
Na Antiguidade, ninguém praticou melhor esta arte que os romanos e os gregos e os filósofos da Grécia designaram o homem de «animal político», interessado na «coisa pública» (do latim res+publica), concorrendo, assim, para o bem-estar da nação, no que diz respeito ao bem comum. Por isso, tem todo o sentido a afirmação dos mesmos filósofos, que para uma correcta política «ou os reis se tornam filósofos ou os filósofos se tornam reis».
Mas se todos os cidadãos de uma nação devem exercer o seu papel na boa condução de tudo o que tem relação com o bem da nação, os dirigentes políticos detêm nisto uma especial responsabilidade, dado o lugar que ocupam, para o qual foram (ou deviam ter sido) escolhidos pelos seus compatriotas. Por isso, as leis feitas e promulgadas pelos políticos, devem ser eles os primeiros a cumpri-las, o que nem sempre acontece, nem muito menos...
Importância dos políticos e da política
De tudo o que acabamos de afirmar se deduz facilmente a extrema importância da política num país, por tudo o que ela pode representar de positivo e de negativo, pois sendo ela que organiza a vida de uma nação, que toma as decisões que regulam as relações entre pessoas e grupos, se isso não é feito correctamente pode ter efeitos catastróficos.
Os políticos têm a missão imprescindível de pôr o bem comum acima dos bens particulares, partidários, sectoriais ou corporativos. A política tem que constituir uma vocação de serviço aos seus concidadãos (ministro=ministrare: servir, em latim), e nunca uma via carreirista de promoção pessoal e de favorecimentos indevidos. A política exige honestidade, integridade e amor à verdade.
Políticos cristãos
Um bom político não é necessariamente cristão, mas se o é, deve desempenhar cabalmente o seu papel, a um novo título. Por isso, os cristãos fazem falta na política, desde que não abdiquem dos seus ideais que devem pautar a sua vida segundo o Evangelho. Os cristãos não buscam a hegemonia política, cultural ou qualquer outra, mas onde quer que se concretize a sua acção, esta deve ser pautada pelo respeito da pessoa humana e o interesse pelo seu bem-estar.
Os cristãos devem mostrar que a fé permite ler de uma forma nova e profunda a realidade e ensina a transformá-la; devem evidenciar que a esperança alarga o horizonte limitado do homem e projecta-o para a verdadeira altura do seu ser, para Deus; devem mostrar que o Evangelho é garantia de liberdade e mensagem de libertação. Pede-se aos cristãos políticos um compromisso forte em favor da cidadania, para a construção de uma nova vida na sua nação e também na comunidade internacional.
Temos necessidade de políticos autenticamente cristãos que sejam testemunhas de Cristo e do Evangelho. Trata-se de um desafio exigente nos tempos que correm, de problemas grandes e complicados, que se agravam ainda mais por se tentar resolvê-los numa base exclusivamente economicista, quando a solução deve ser buscada a outros níveis, baseados nos valores morais.
Papel da Igreja
Não pertence à Igreja formular soluções práticas e concretas em relação à «coisa pública», mas tem, por outro lado, um importante papel no que diz respeito à vida política de qualquer nação, onde esteja inserida, mesmo que seja em minoria. Como declarou o Papa actual, em 21 de Maio de 2010, citando a Gaudium et spes, n. 76, pertence à Igreja: «emitir um juízo moral também sobre as coisas que afectam a ordem política, quando o exigem os direitos fundamentais da pessoa [...] aplicando todos e só aqueles meios que sejam conformes ao Evangelho e ao bem de todos». É, portanto, direito e dever da Igreja pronunciar juízos morais sobre realidades da política, quando a fé ou a lei o exigem.
Aquilo que se diz comummente, que «a Igreja não se deve meter na política», não tem qualquer sentido se se entender devidamente o que é política e o que é Igreja. Esta tem, com efeito, o dever de ser a «consciência crítica» de qualquer sociedade onde viva e se esquecer este papel não será a Igreja de Jesus Cristo.
O Papa pede-nos que, neste mês, peçamos pelos políticos, concretamente para que sejam honestos, íntegros e amantes da verdade, de maneira que sirvam o bem comum, que sejam cidadãos exemplares, cujo exemplo possa ser seguido, e amantes da verdade, uma verdade que signifique transparência, prevaleça sobre os interesses mesquinhos e se abra a um diálogo aberto e imparcial.
Intenção Missionária
AJUDA ESPIRITUAL E MATERIAL ÀS IGREJAS MAIS POBRES
Para que as comunidades cristãs estejam sempre mais disponíveis para enviar missionários, sacerdotes e leigos, e recursos materiais em favor das Igrejas mais pobres.
A Igreja é constituída por um grande número de comunidades espalhadas por todo o mundo. Muitas dessas comunidades vivem a sua fé em circunstâncias extremamente difíceis em todos os aspectos, como sejam guerras, incompreensões, perseguições e inclusivamente mortes e também no aspecto material de falta dos meios mais essenciais, necessários para a evangelização.
A Igreja é universal (isso é que quer dizer «católica»), sem limites nem fronteiras de qualquer espécie e, por isso, sente-se responsável pelo anúncio do Evangelho a todos os povos e este anúncio pressupõe a ajuda às Igrejas mais pobres em pessoal e meios necessários para este anúncio. É chamada a continuar o serviço de Cristo ao mundo que teve compaixão das multidões famintas da sua palavra e também de pão e por isso também alimentou essas multidões com o pão.
Toda a Igreja, a começar por cada um de nós, se deve sentir comprometida na sua missão evangelizadora, que constitui a missão essencial da Igreja, até que a salvação soberana de Cristo se realize plenamente.
Apelava o Papa na Mensagem da Jornada Mundial das Missões de 2009: «Convido a todos a dar um sinal credível de comunhão entre as Igrejas, com ajuda económica, especialmente na fase da crise que a humanidade está a atravessar».
O Papa convida-nos também, neste mês, a sermos agradecidos e a partilhar o que temos com outros irmãos das comunidades eclesiais mais pobres. Muitas vezes, quando se tem tudo, as pessoas não se lembram daqueles que têm muito menos. O Papa convida-nos ainda a refrescar a nossa fé para vivê-la em comunidade com aqueles que estão longe ou perto e a abrir o coração e as mãos para repartir com os mais pobres, porque assim chegará para todos, como aconteceu no episódio evangélico da multiplicação dos pães e dos peixes.
António Coelho, s.j
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